Historia

orcaDepois de terem conquistado mares e oceanos, os golfinhos conquistam também, a amizade dos marinheiros. Imaginem a visão mágica de um grupo de golfinhos divertidos a saltar fora da água, ou a nadar sem esforço à proa de um barco, aproveitando o impulso do seu avanço. Perfeitamente adaptado ao ambiente marinho, onde se movimenta com desenvoltura, o golfinho aprecia os contactos com o homem. Acompanha os barcos entre as ondas, brinca com as crianças na proximidade das praias, mergulha com os mergulhadores que exploram o fundo, salva os nadadores em dificuldade e até participa em missões militares! Só lhe falta falar, mas talvez amanhã, graças ás pesquisas dos cientistas, a sua linguagem possa vir a ser decifrada. Hoje são animais muito conhecidos e totalmente familiares ao homem, que os sabe capazes de proezas invulgares. Agora, porém, já não é suficiente amá-los; não basta só fazer exposições mundiais sobre os oceanos e sobre a vida existente neles, mas sim, protege-los, respeitá-los e cuidar deles porque senão imagens como estas passam á história...

De todos os mamíferos marinhos, os cetáceos são os que melhor se adaptaram neste meio. O nome deste grupo deriva da palavra grega ketos que significa "monstro marinho". Além das baleias ou cetáceos com barbas este grupo também inclui os golfinhos, verdadeiros mamíferos marinhos, que ao longo dos tempos e da evolução se adaptaram á vida aquática, perdendo a faculdade de viver na terra firme.

 

ambulocetus e basilosaurus

Os primeiros cetáceos foram os Ambulocetus (Baleia que Anda), mais se pareciam com crocodilos com pêlos doque com baleias ou golfinhos. Os Ambulocetus fizeram a sua primeira aparição durante o Eocénio, à cerca de 50 milhões de anos, e colonizaram os mares quando as terras emersas tinham o aspecto de uma selva luxuriante.O mais antigo de todos os fósseis, chamado pelos paleontólogos Pakicetus, foi encontrado nos anos 80 junto dos Himalaias, perto da fronteira paquistanesa. Os estudos feitos a partir dos seus restos ósseos revelaram tratar-se de um animal quadrúpede.
Este género ter-se-ia extinto durante o Miocénio, há cerca de 15 milhões de anos, isto é, na época em que fizeram a sua aparição os esqualodontídeos ou primeiros odontocetos (cetáceos com dentes, dos quais descenderam os golfinhos).
 
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Restos fósseis, encontrados em Itália e no Vale do Reno, permitiram reconstruir o equalodontídeo: os membros foram substituídos por barbatanas, as narinas migraram para a parte superior da cabeça, o maxilar está provido de um grande número de dentes e o corpo, fusiforme, mede cerca de 3m de comprimento. Ao que parece, o seu regime alimentar e estrutura eram muito semelhantes aos de um golfinho, algo particular, a actual orca. Serão então os esqualodontídeos os antepassados directos dos delfinídeos? Muitos biólogos estão convencidos disso, mas a questão continua em aberto entre os cientistas.
Os delfinídeos actuais compreendem mais de quarenta espécies de vários tamanhos e formas. Colonizaram todos os oceanos do planeta, dos mares polares aos tropicais, em cujas as águas se movimentam com a mesma facilidade e leveza que uma ave no ar. Nas costas portuguesas existem cerca de duas centenas de espécies de mamíferos marinhos, a maioria dos quais de características oceânicas. O golfinho comum, Delphinus delphi e o golfinho-listado, Stenella coeruleolba, são avistados frequentemente pelas embarcações que se afastam da costa. Sendo verdadeiros mamíferos, têm de respirar o oxigénio do ar e não - como os peixes - o da água. Todavia, as suas crias nascem na água precisamente como as dos peixes.
Animal particularmente inteligente, o golfinho familiarizou-se com o homem desde a antiguidade mais remota: dos frescos cretenses as mais recentes missões que os americanos lhe confiaram, tudo demonstra que este mamífero é sociável e afectuoso. Infelizmente, directa - por causa da pesca abusiva - ou indirectamente - em consequência da poluição do ambiente aquático -, o homem exerceu uma influência nefasta na vida deste pacifico animal. Chegou por isso a hora de se tomarem medidas drásticas para o proteger.