
Sebastião Bandeira, da Associação de Protecção e Conservação do Ambiente, garantiu ao DN que "as marcas no dorso e no ventre" dos mamíferos agora arrojados permitem concluir que terão sido "aprisionados em redes de pesca localizadas ao largo da costa galega ou portuguesa", tendo sido "arrastados para terra no decurso da agitação marítima" dos últimos dias. Estes dois mamíferos foram arrojados nas praias de Afife e Monserrate, esta última junto à cidade de Viana do Castelo, e pesavam perto de 80 quilogramas.
O ambientalista recorda que o arrojamento de golfinhos no Alto Minho regista "para mais de duas centenas e meia" nos últimos 25 anos, sendo a zona de Afife a que se destaca no número de ocorrências, devido às condições da costa.
Ao DN, o comandante da Capitania de Viana do Castelo já reconheceu tratar-se de uma zona que regista "com alguma frequência" este tipo de arrojamento. "Sempre que nos é comunicado, por questões de saúde pública, deslocamos meios para o local para retirar informações e recolher os mamíferos", explicou Mendes dos Santos. Em última instância cabe ao veterinário Municipal recolher os golfinhos, sendo os dados de cada um enviados pela Polícia Marítima para o Instituto de Conservação da Natureza e para o Aquário Vasco da Gama.
Em 2007 foi registado o arrojamento de oito cetáceos na costa minhota, número que, ainda assim, estará a diminuir, depois de, na década passada, os pescadores minhotos terem denunciado a utilização de artes de pesca ilegais e explosivos, por parte de pessoas estranhas às comunidades piscatórias locais.
"Verificou-se, nos anos seguintes, uma diminuição muito significativa das mortes destes cetáceos, na orla costeira minhota, graças à intensificação da fiscalização portuguesa e galega", lembra Sebastião Bandeira.|
fonte: dn.pt